Homenagem do STIPAPEL ao 20 de Novembro! Dia da Consciência Negra.

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De fato, não precisa ser feriado. Apesar de Zumbi ser o mito de um herói muito mais relevante para a cultura brasileira do que Tiradentes, por exemplo. Afinal, os “grandes líderes” da Inconfidência não apregoavam o fim da escravidão. E mais, Zumbi representa o grito de liberdade de uma parcela bastante significativa da civilização brasileira que sofreu e sofre com a desigual distribuição da riqueza. Só para lembrarmos, o último mapa da violência nos diz que morrem, proporcionalmente, duas vezes e meia (250%) mais jovens negros que brancos.

Por outro lado, existe ainda um ranço contra a política de cotas raciais implementada nas Universidades e Concursos Públicos, segundo o argumento de que feriria o princípio da isonomia. Mas a Constitucionalidade e o sucesso de tal iniciativa fazem (muita) sombra aos críticos.

Mas vamos tentar entender: o que uma data histórica busca promover?  a reflexão, o debate e a troca de opiniões. É uma iniciativa de educação cidadã e conscientização histórica. E quem poderia negar que o Brasil possui uma enorme dívida histórica com seus negros. Afinal, em seus 500 anos de História, em 350 deles nosso país conviveu com a mais vergonhosa chaga: a de um ser humano poder escravizar outros seres humanos amparado pela Lei, sob o argumento da superioridade de uma raça.

Infelizmente, dentro do movimento sindical, ainda encontramos nichos de trabalho escravo em fábricas e fazendas ao redor do país.  Por tudo isso é importante celebrarmos não o dia, mas o Mês da Consciência Negra, para que este país melhor se reconheça como ele é. Afinal, os negros (africanos) teriam uma história independente do Brasil. Mas, existiria o Brasil sem seus negros? Sem seus temperos, suingue, vocábulos, crenças, mãos e braços fortes...???